Beltrano - Edição 760
Três vezes nove vinte e sete, quem não sabe não se mete
Não se fala em outra coisa
Senão na campanha eleitoral
Esqueceram o coronavírus
Que nos tem causado mal
Mas pra isso já tem candidato
Chamando eleitor de gaiato
Prometendo um hospital.
A corrida começou
Rumo à casa da mãe Joana
Sete candidatos a prefeito
Já dão uma de bacana
Façam aqui suas apostas
Leva quem tiver proposta
E é claro, alguma grana.
Sete é um número místico
Sete são as notas musicais
Jesus descansou no sétimo dia
Porque não tinha redes sociais
O arco-íris tem sete cores
Se não inverter os valores
Sete prefeitos? Pra Palhoça é demais.
A um mês das eleições
Se vê de longe o alvoroço
Correm de um lado pro outro
Como guaipeca atrás de osso
Como papinha de neném
Pra servir no ano que vem
Sem fazer muito esforço.
O Camilo virou cabo eleitoral
O Amaro continua vice-prefeito
O MDB deu canetaço
Com o Leu faltou respeito
Assim, continuou a mesmice
Ficou só no disse me disse
Num acordo quase perfeito.
Muita gente se apresenta
E por aqui solta foguete
Além de bons cabos eleitorais
O que não falta é sabonete
Puxam saco do Eduardo Freccia
Que está fazendo peripécia
Pro ano que vem ter gabinete.
O coronel Ivon de Souza
Saiu pelo PSL, tranquilo
Não desagradou ninguém
E a ninguém deu asilo
Depois de tanto entra e sai
Os vices no vai, não vai
Num verdadeiro trocadilho.
O PSL andou correndo atrás
Rezou Pai-Nosso e Ave-Maria
Pensou em catequizar o Jiraya e o Juliano
Com coragem e ousadia
O Ivon não se fez de rogado
Pois todo gato escaldado
Tem medo de água fria.
Depois de várias cabeçadas
Ivon precisou mostrar preparo
Se desse outro pulo errado
Pagaria muito mais caro
Se o Moisés perdeu o brilho
Ainda lhe resta o gatilho
De dizer que é Bolsonaro.
O Jean Negão saiu candidato
Diz que vai usar de psicologia
Sabe que o sonho de se eleger
Não se vende em padaria
Vai trabalhar como um condenado
E dependendo do resultado
Vai sair bem da pandemia.
Hoje luta para ser prefeito
Pra isso fez muita balada
Apostou todas as fichas
Numa história bem contada
Com uns bagos de feijão
E com muita animação
Já fez muitas feijoadas.
No Avante do Luciano Pereira
O palco já foi montado
Pois cabrito bom não berra
E nem se faz de rogado
Com o apoio dos servidores
Numa campanha sem doutores
Pra governar diz estar preparado.
Na Câmara, não deu moleza
Foi um vereador presente
A vontade de ser prefeito
Surgiu assim de repente
Teve engasgos com o ofício
Pois ser vereador é mais difícil
Do que chorar com dor de dente.
Mas a Câmara é dinâmica
Vai vencer quem tiver maioria
Não vai ser fácil repartir
O bolo em dezessete fatias
Depois do bolo cortado
Vai ter sempre um esganado
Querendo mais garantia.
O Sérgio Guimarães está no páreo
Pelas redes sociais ele chama
Por Palhoça quer lutar
Sem que precise fazer drama
Espera que seus seguidores
Se transformem em eleitores
E apoiem seu programa.
O PSol tem candidato
O professor Rangel é ladino
Ser candidato de oposição
Acabou sendo seu destino
Sem paletó de linho e gravata
Ele faz questão que conste na ata
Que nunca usou sapato bico fino.
Quando começou a campanha
Acabou comprando um paletó
Agora, nos eventos chiques
Do terno ele tira o pó
Chama o Chico pra perto
Pois ainda não sabe ao certo
Como na gravata dar o nó.
O Jailson quer ser prefeito
Para tal, diz ser competente
Diz que não vai ter problemas
Pois de povo é experiente
Basta saber se adquiriu a manha
Já que pelo PT ele se assanha
Se vai sobreviver nesse ambiente.
Em defesa do Jailson
Eu indago uma questão
Sabe-se que para o PT
Não vai ser fácil esta eleição
Mas dando uma de analista:
Nem todo ladrão é petista
E nem todo petista é ladrão.
A educação é importante
Vai quebrar nosso jejum
O eleitor precisa ser ativo
E não um fantoche comum
A saúde, só a morte cura
Mas um povo sem cultura
Morre sem ir a lugar algum.
Desculpem as brincadeiras
Votar é exercer cidadania
Vamos escolher candidatos
Com toda sabedoria
A eleição é importante
Para que esta terra gigante
Se desenvolva dia a dia!
Publicado em 08/10/2020 - por Beltrano