Rindo da própria desgraça
Extra! Extra! Muito se fala em crise e pandemia, mas nós, brasileiros, precisamos é correr todos os dias atrás da máquina, até porque se a gente correr na frente, a máquina passa por cima! Em tempo de pandemia, o governo quer que você fique em casa, mesmo sabendo que precisamos fazer como na África, onde todas as manhãs o veadinho acorda sabendo que deve conseguir correr mais do que o leão, se quiser se manter vivo! Assim, todas as manhãs, também, o leão acorda sabendo que deverá correr mais do que o veadinho, se não quiser morrer de fome! Conclusão: não faz diferença se você é veadinho ou leão, quando o sol nasce, você tem que começar a correr. Mesmo trancado dentro de casa. Rá, rá, rá, rá...
Fiquei sabendo que a Secretaria de Segurança do estado adquiriu uma máquina que pega ladrão e assim vai ajudar o trabalho da Polícia Militar. Testaram em Biguaçu e em cinco minutos a máquina apanhou 30 ladrões. Levaram para São José e em três minutos a máquina apanhou 50! Trouxeram para Palhoça em menos de um minuto roubaram a máquina! Rá, rá, rá, rá...
Minha Nossa Senhora Piriquita da Cova Funda! Para se ter uma ideia do quanto se rouba em Palhoça, o seu Jacinto Pinto, morador da Ponte do Imaruim, comprou uma geladeira nova e, para se livrar da velha, colocou-a em frente à casa, com o aviso: "De graça. Se quiser, pode levar". Diz ele que a geladeira ficou três dias ali, sem receber sequer um olhar dos passantes. Sendo assim, chegou à conclusão de que as pessoas não acreditavam na oferta. Parecia bom demais para ser verdade, e ele resolveu mudar o aviso e escreveu no cartaz: "Geladeira à venda por R$ 100". No dia seguinte, ela tinha sido roubada!
Numa noite dessas, o Doroteu, amigo meu aqui do Alto Aririú, notou que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de sua casa. Levantou, em silêncio, e ficou acompanhando os leves ruídos que vinham de fora, até ver um vulto passando pela janela do banheiro. Como sua casa é muito segura, com grades nas janelas e tramelas internas nas portas, não ficou preocupado, mas é claro que não ia deixar o ladrão ali, espiando tranquilamente a sua residência. Pegou o telefone e ligou baixinho para a Polícia, informando a situação e seu endereço. O policial que atendeu o telefone perguntou se o ladrão estava armado. Ele esclareceu que não sabia e o policial informou que no momento não havia nenhuma viatura por perto para atender a ocorrência, mas que iam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, o Doroteu voltou a ligar para a Polícia e disse, com a voz tranquila:
– Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no quintal de minha casa. Não precisa mais ter pressa, tá! Eu matei o ladrão com um tiro de espingarda, que tenho guardada em casa para situações como essa. O tiro fez um estrago danado no istepô!
Não levou nem três minutos, estavam na rua do Doroteu nada menos do que cinco viaturas da Polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate dos Bombeiros, uma ambulância do Samu, uma equipe do jornal Palhocense. Conclusão: prenderam em flagrante o ladrão, que ficou olhando para todo aquele aparato com cara de mané coco.
No meio do tumulto, um policial se aproximou do Doroteu e contestou:
– Pensei que o senhor tivesse dito que tinha matado o ladrão.
O Doroteu respondeu:
– E eu pensei que o senhor tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível!
Kinaba, não? Isso é só pra vocês verem como andam as coisas!
Mas, “cerveja” como são as coisas: se você não sabe de onde “vinho”, é bom que não me “Campari” com qualquer “Rum”! Certamente, você já ouviu falar que “é dando que se... engravida”! A Judite da Cova Funda sentiu isso na pele, pois descobriu que “quem dá aos pobres... cria o filho sozinha”! Mas nem tudo está perdido. Todo mundo sabe que em Palhoça “os últimos já foram os primeiros”, até porque em tempos de pandemia “quem ri por último... ou é político ou é retardado”! Rá, rá, rá, rá...
Publicado em 16/07/2020 - por Beltrano