Dona Palhoça e muitos maridos
Vou narrar uma história
Que vai deixar vocês comovidos
Causar algum sofrimento
E muito coração partido
Vou falar da saga de dona Palhoça
E de sua montoeira de marido.
Pretendente é o que não falta
Vivem a correr atrás dela
Por dona Palhoça morreriam
Só pra fazer amor com ela
Até já se perdeu a conta
Pra quem já deu uma costela.
Falando dos últimos maridos
Foi casada com seu João Silveira
Viveu com seu Nelson Martins
Após do Odílio foi parceira
Depois trocou o Odílio pelo Chico
Por ser potranca parideira.
Uniu-se ao Neri Martins
Mas pelo Paulo se apaixonou
Trocou o Paulo pelo Bá
Depois, com o Paulino se juntou
Voltou novamente para o Paulo
E depois com o Ronério se casou.
Com o Ronério, ficou oito anos
Com ele, viveu grande emoção
Era velha, fez plástica, ficou nova
Entrou na fase de modernização
Mas lhe arranjaram novo marido
Promovendo mais uma eleição.
O coronel Ivon ficou gamado
E o casamento foi marcado
Naquele dia proscrito
Pelo eleitor foi testemunhado
Mas na hora de dizer “sim”
O noivo foi assassinado.
Mas o que lhe pareceu pior
O que merecia uma sumanta
Com um casamento arranjado
Seu grito ficou na garganta
Puseram-lhe goela abaixo
Um casamento com o Pitanta.
Viveu com Pitanta cinco meses
O que fez do esposo um herói
Daí descobriu, a duras penas
O quanto uma traição dói
O casamento acabou
Por causa de um gogo boy.
Outro casamento arranjou
Não ficou sozinha nem um dia
Foi dormir com o Pitanta
Com o Camilo acordaria
Nem em novelas da Globo
Tais cenas a TV passaria.
Ficou feliz com o Camilo
Ao ver o casamento no papel
Aceitou de vez seu destino
Como uma benção do céu
Juntou seus trapos e partiu
Pra sete anos de lua de mel.
Sete anos com o Camilo
Pareceram só um aperitivo
Agora, vai acontecer a separação
Estão a chorar com motivos
Dona Palhoça e o prefeito Camilo
Deixaram órfãos seus filhos adotivos.
Os comissionados e os partidos
Vivem hoje a falar
“O que será da gente
Quem é que vai nos amparar
Se na cidade não há vagas
Nem mesmo na Casa Lar?”
O Ivon já se inscreveu
Deu entrada na papelada
Diz que desta vez se casa
Não vai perdê-la por nada
Embora tenha muitos galãs
Por aí lhe dando cantadas.
O Ivon continua apaixonado
Diz que desposá-la é ato divino
Pede a Deus que desta vez
Não ocorram lapsos nem desatinos
E não apareça nenhum Pitanta
Pra meter o nariz no seu destino.
O Jean Negão quer entrar no páreo
Diz que merece uma chance
Sonha se casar com ela
Quer poder viver esse lance
Mas precisa tirar outros da jogada
Pra continuar seu romance.
Pra Palhoça, estica o olho
Diz que ela está apaixonada
“Se ela se casar comigo
Vai ser muito bem tratada
Nem cozinhar vai precisar
Vou tratá-la a feijoada”.
O jovem Luciano Pereira se assanha
E sente grande ansiedade
Quer pedi-la em casamento
Para que seja sua cara-metade
Embora Palhoça seja mais velha
Não vê problema de idade.
O Luciano e o Jean Negão
Em casar com ela têm esperança
Para que isso aconteça
Estão fazendo poupança
Guardando um dinheirinho
Para comprar as alianças.
O Rosiney jura de pé junto
“Sem Palhoça eu nem respiro
Prometo cuidar de sua saúde
Tudo nela amo e admiro”.
Até pra ela já arrumou o teste
Do novo coronavírus.
O Fabinho paquera quieto
Olha pra ela com requinte
Espera do Camilo o convite
Pra ser o esposo seguinte
Quer passear com dona Palhoça
Não só pelo Passa Vinte.
A Dirce também se anima
Diz que vai vir com força total
Embora o casamento entre mulheres
Por aqui não seja normal
Vai tentar também desposá-la
No primeiro casamento homossexual.
Também o Eduardo Freccia
Tá de olho na guria
Tem se esforçado pra conquistá-la
Trabalhando noite e dia
Fazendo declaração de amor
Lá na sua secretaria.
O Alberto Prim tem boas intenções
Com Palhoça tá paquerando
O Jiraya parece enfeitiçado
De longe continua admirando
E o André Xavier, depois que cresceu
Pela Palhoça anda se engraçando!
Mas eu só rezo todos os dias
Para o nosso santo casamenteiro
Para que dona Palhoça não sofra
E tenha muita saúde e dinheiro
Que ela seja amada e respeitada
Pelo seu próximo companheiro!
Publicado em 21/05/2020 - por Beltrano