Beltrano - Edição 694
Sob o efeito da marvada...
É cada um por si
O Brasil assim afunda
Almas são negociadas
E ressuscitadas das tumbas
Único é o pensamento
No povo soa o lamento:
- Só querem é encher a bunda.
Nesse mundo de meu Deus
Nunca vi coisa tão medonha
Parece que os políticos
Andam fumando maconha
Com a “marvada” na cabeça
E tendo quem os abasteça
Perderam toda a vergonha.
Exemplos é que não faltam
De políticos embusteiros
Que fazem de tudo na vida
Para roubar nosso dinheiro
Chega até a dar nó na tripa
Veja só o caso de Floripa
Com o prefeito Gean Loureiro.
Confundir bunda com a cabeça
É uma sina de viciados
Dependentes da mordomia
Que inundam esse mercado
Com aumento do consumo
Partidos viram boca de fumo
A procura dos chapados.
Com as costuras e os remendos
Fazem da política um retalho
Na escolha de candidaturas
Dos políticos sem trabalho
Transformam-se em macacos
Que com catinga de sovaco
Vão pulando de galho em galho.
Esse filme é repeteco
E deve repetir o endosso
Depois de sentir o gosto
Fica difícil largar o osso
Para ser político no Brasil
Basta fazer o povo de imbecil
E ser extremamente mentiroso!
O povo então se pergunta:
- Os políticos tem jeito?
Ou - Quem será o escolhido
Pra ser o próximo prefeito?
Assim mais uma corrida começa
Renovando-se as promessas
Cada um ao seu proveito.
Num pulo mudam de partido
Até pros partidos novatos
Feito de velhas raposas
De esperteza e bom trato
A esperança é a de ser prefeito
Achando-se em pleno direito
De virar ganso e não pato.
O Ivon parece que aprendeu
Cansou de ficar na rabeira
È presidente do PSL
Desta vez não fez besteira
Fez um partido pra concorrer
Para depois não sofrer
E receber mais uma rasteira.
Na corrida pela Prefeitura
O coronel Ivon sai primeiro
Assumiu um partido pra ele
E pôs o irmão de tesoureiro
Desta vez não quer nenhum Pitanta
Apertando sua garganta
Na hora do entrevero.
Ele diz que terá o apoio
Para formar grande coligação
Está reunindo todo mundo
Como a penca do Ribeirão
Quer sair cercado por todos os lados
Pela turma de revoltados
Que o Camilo deixou na mão.
O Toninho Pagani se agiliza
O Sérgio e o Ale querem chegar por cima
O Jiraya e o Zé Ricardo
Querem andar, mas só patinam
Acostumados a levar pau
Querem subir um degrau
Pra espantar a triste sina.
O Camilo não quer ser ingrato
E já consulta seu povo
Afinal não dá pra fazer omelete
Antes da galinha pôr o ovo
Mas há quem considere um perigo
Trocar um amor dos antigos
Por um amorzinho novo.
O que não lhe faltam é opção
De longe se ouve a gritaria
O Fabinho, o Luciano e o Rosinei
Puxam a grande epidemia
Mas sonho assim tão doce e caro
É bom que fique bem claro
Não se compra em padaria.
O PMDB diz ter opções
E não vai ficar a esmo
Não é porque está difícil
Feito indigestão de torresmo
Se o Ronério não puder sair
O Amaro e a Dirce estão ai
Já que quem não tem tu, vai de tu mesmo.
Pra Câmara de Vereadores
Vai ser grande a correria
Pra ocupar uma das 17 cadeiras
Tem gente que mataria
Já estão a prometer solução
Para depois da eleição
Continuar a estripulia.
Pra Câmara de Vereadores
Quase nada será mudado
As portas continuam abertas
Pra quem já está instalado
A eleição não vai ter surpresa
Só vai comer a sobremesa
Aquele que já tiver jantado.
Daqui até a eleição
Vou dar uma de tirano
Vou ficar de olho aberto
Olhando por debaixo dos panos
Quem mijar fora do pinico
Terá seu nome escrito
Aqui na Coluna do Beltrano.
Publicado em 20/06/2019 - por Beltrano