O politicamente correto e a ditadura dos ofendidos
Extra! Extra!! Na coluna da semana passada, comparei uma mulher bonita com uma melancia e olha só o rolo que deu:
- Uma feminista indignada me perguntou por que eu não comparei a mulher com uma flor. Eu lembrei a ela que a coluna já tinha, diversas vezes, comparado a mulher a uma flor!
- Outra feminista reclamou da flor, porque não era uma rosa, e sim, um girassol!
- Um homossexual amigo meu não gostou porque não comparei a melancia com um homem! De tão indignado, me disse que nunca mais vai comer melancia! Rá, rá, rá, rá...
- Um casal gay leu a comparação e teve um ataque de raiva e protestou, porque poderiam ser dois melões.
- Os veganos de Palhoça se queixaram dizendo que a fruta é alimento e não pode andar assim na boca de qualquer um.
- Os religiosos me acusam de querer usurpar o lugar de Deus, por criar a mulher a partir da melancia e não da costela do Adão; e querem me exorcizar, dizendo que eu realizei um ritual pagão.
- O verdureiro que trabalha perto de minha casa quer que eu pague seu estoque de melancia, porque depois da comparação ninguém compra mais, com medo de ser acusado de canibal.
- A polícia chegou dizendo que há uma denúncia anônima contra mim, de alguém que foi ofendido pelo meu racismo e discriminação, porque a melancia é verde, vermelha e branca.
- Uma bolsonarista reclamou porque a melancia é verde e vermelha, e não rosa, e mulher só veste rosa!
- Os manifestantes revoltosos da esquerda, ofendidos por tudo, estão marchando pelas ruas exigindo minha prisão, e quando passo, jogam melancia no meu carro. Querem a melancia livre de comparações!
- Estão me perguntando se eu tenho um cúmplice. Ou se alguma organização criminosa me incentivou a fazer propaganda enganosa da fruta nas redes sociais e isso e aquilo.
- Estou no jornal Palhocense desta semana como suspeito, terrorista, racista, delinquente, esquerdista com tendências homofóbicas, determinado a causar problemas de relacionamento entre a mulher e a melancia.
- Minha mãe me diria: quem mandou gostar de melancia? Rá, rá, rá, rá...
Moral da história: não há! É apenas o mundo em que vivemos hoje - e vai piorar. Nem rir se pode mais! Cheguei à conclusão de que a gente está num mundo tão chato que daqui a pouco vai ser proibido sorrir, porque será preconceito com quem não tem dente. Tenho dito: conhecimento é saber que o tomate é um fruto. Sabedoria é não misturá-lo na salada de frutas!
De tudo isso, a coisa mais difícil de acontecer, e que é praticamente impossível, é comer uma melancia sozinho!!! Rá, rá, rá, rá...
Chega de melancia, daqui pra frente prometo fazer brincanagem (brincadeira com sacanagem) só com os nossos politicamente incorretos! Ave Maria!
Ave Maria cheia de graça
Nos livre de pagar mico
Em 2020 vem mais uma eleição
Com um caminhão de político
Prometendo um mundo novo
Pra colocar no fiofó do povo
E fazer da urna um pinico.
Senhor é convosco, bendita sois vós
As promessas de campanha
Que depois são esquecidas
Numa grande artimanha
Vote certo, pense bem
Não venda o voto a ninguém
Não caia em papos de aranha.
Entre as mulheres, bendito é o fruto
Que participa desta disputa
Só deves votar este ano
Se tiveres certeza absoluta
Que estás votando certo
Não mais num esperto
Que não passa de filha da Tuta.
Do vosso ventre, Jesus
Vai ter candidato pra chuchu
Com eles vai vim um exército
De sanguessuga e urubu
Fazem do público poleiro
E como bicho carpinteiro
Deixam o eleitor jururu.
Santa Maria, mãe de Deus
O político não tem mais jeito
Pelo povo e para o povo
Não sobrou nem o respeito
E para não perderem a teta
Fazem pacto com o capeta
Pra serem vereador ou prefeito.
Rogai por nós, pecadores
Que pagamos nossos pecados
Sofrendo na mão do político
Aproveitador, desnaturado
Que engambela o eleitor
Dizendo ser seu provedor
Com aquele papo manjado.
Agora e na hora de nossa morte
Vão falar que são bacanas
Abraçam o bobo do eleitor
Pensando que o engana
Cansado de pagar tributos
De saco cheio anda puto
Por aquentar tanto sacana.
Só rezando uma Ave Maria
E apelando pras forças do além
Só por Deus vamos conseguir votar
Em quem é gente do bem
Pois está lançada a sorte
Uma questão de vida ou morte
Pra fariseu não dizer amém.
Publicado em 28/03/2019 - por Beltrano