Beltrano - Edição 650
Desgruda chulé... solta o meu pé e vai...
Tô de volta! E dando voltas e mais voltas na praça! E não é que descobri por que Palhoça não para? É porque não tem lugar pra estacionar! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Uma coisa é o que dizem os vereadores durante as sessões: "Não desanimais, povo sofrido do Pontal! Animais como nós, vereadores"! Outra coisa é o prefeito Camilo dizer: "Meus secretários são imprestáveis"! Parece que essa declaração foi dada depois que São José e Florianópolis quiseram levar emprestados pra lá alguns de nossos secretários. Mas será que foi isso mesmo?!
Agora, outra coisa mesmo é constatar que a campanha eleitoral nem começou e já tem candidato a deputado de fora vindo pra Palhoça atrás de uns votinhos. Na semana passada, um desses gabirus de fora (já deputado) esteve na Barra do Aririú e encontrou o meu amigo Zé Caranguejo sentado num tronco na beira da Praia do Tomé. O candidato foi logo pedindo o voto, mas o Zé disse que ia votar em candidatos de Palhoça; só não sabia ainda se ia votar na Dirce ou no Nazareno, porque o Jiraya e o Pitanta também podem ser candidatos.
O candidato, vendo que ali não tinha conversa, para gozar da cara do Zé, citou a lei de Lavoisier:
- Neste mundo, nada se cria, nada se perde e tudo se transforma - disse o pré-candidato, dando uma de gostosão.
O Zé olhou espantado ao ouvir aquele palavreado e exclamou:
- Dotô, num entendi nadinha di nada do qui o sinhô falô!
- Vou explicar. Preste atenção: você é um pobre coitado, um mané, não, é?
O Zé respondeu:
- É o sinhô qui tá dizendo...
- Então, você morre, colocam você em um caixão, fazem o velório, seus conhecidos levam você para o cemitério e colocam a terra em cima do caixão. Tempos depois, nasce um pé de capim em cima da sepultura. Então eu passo e digo: "Olha, o Zé está se transformando". Depois, vem um boi e come aquela touceira de capim, mastiga e engole. No outro dia, o boi defeca e cai aquela grande prastada de bosta, que parece um bolo. Aí eu chego, olho aquela merdarada toda e digo: "Como o matuto do Zé mudou".
O Zé, percebendo que o político descarado estava querendo lhe levar no bico para que votasse nele, disse, tranquilo:
- Deixa eu vê se intendi dereitinho essa tali da lei de "Lavore"! O sinhô é um dotô deputado, né?!
- Sou - respondeu o candidato.
O Zé continuou:
- O sinhô bate com a cola na cerca, seus parentes botam o sinhô num caxão, levam pro cimintero e interram num buraco e cobrem di terra. Argum tempo dispois, nasce uma torcera de capim. Aí vem um boi e come o capim. No ôto dia o boi caga aquela prastada di merda. Ai, eu óio aquela prastada toda e digo: "Coitado do deputado, num mudou nadinha, tá a mema coisa". É isso dotô, no que se resume essa lei?!
Tá vendo? Se todo mundo fizesse o que o Zé fez, duvido e faço pouco que os candidatos que só aparecem de quatro em quatro anos viriam aqui nas eleições! Os votos ficariam só nos pendrives dos cabos eleitorais de carteirinha! Rá, rá, rá, rá...
Por falar nisso, o Antônho do Bidunga me enviou uma receita caseira que, segundo ele, "é tiro e queda para quem quer ser cabo eleitoral na eleição de 2018" e comprar votos para os deputados de fora. Diz ele que basta o cabo ter:
1 pendrive com 2 giga
1 punhado de reais (nada de gasolina, tijolo, passe.... Isso é coisa de eleitor)
1 copo americano de falta de caráter
2 colheres de sopa de ganância
1 xícara e meia de mentiras
1 pitada de merda à gosto.
Mas ele faz uma observação: o cabo eleitoral não pode exagerar na merda, senão vai acabar elegendo também governador e presidente! Rá, rá, rá, rá...
Pois os políticos se agitam,
Na maior fissuração,
Começa a caçada às bruxas,
Para mais uma eleição.
Vai começar o compra-compra
O vota-vota e o paga-paga
Só com estômago de avestruz
Vamos suportar tanta praga!
Em Palhoça, os cabos eleitorais
Nos parecem cabras-cegas
Colocam votos em pendrive
Nos chamando de colegas!
Pra deputado estadual
Eu só vejo bajulice
Namoram o Nazareno
E paqueram a dona Dirce!
Eles montam suas equipes
Para não perder o rumo
Quem mijar fora do pinico
Depois da eleição leva fumo!
Não podem fazer sujeira
O compromisso é solene
Quem ganhou do Nazareno
Não pode dar pra Marlene!
Esse troço está estranho,
A luz atrai mariposa,
Vão servir um Kama sutra
Nazareno com César Souza!
Vamos votar em Palhocense
Também pra deputado federal
Pois Palhoça tem a Ingrid,
Que é uma moça legal!
O Pitanta diz que é candidato
Só não oficializou no papel
Se decepcionar o Camilo
Acaba sua lua de mel.
O Pitanta é cabra macho
A política pra ele é um ringue
Mas é bom que todos saibam
Quem manda nele é o Kleinübing.
O Ivon ainda não se manifestou
Se vai ou não participar da folia
Está como gato escaldado
Com medo de água fria.
Tô indo, tô indo, porque se o vai e vem vai e não vem, o vai e vem não vai, até porque vem aí, na Rádio São Francisco, "Minuto de Sabedoria", com Moacir Conrad, que vai ensinar (por experiência própria) como evitar quebrar o braço ao tropicar no próprio pé! Rá, rá, rá, rá... Nós sofre, mas nós goza, né Moacir!! Rá, rá, rá, rá...
Publicado em 02/08/2018 - por Beltrano