Beltrano - Edição 641
Onde o governo tem posto
Em maio de 2018
Todo o país se agita,
Neste solo brasileiro
De muita história bonita,
De um povo de luta,
Todo dia na labuta,
Que na justiça acredita.
Os caminhoneiros do Brasil
Pediram reconhecimento,
Para a vida melhorar
Planejaram um movimento,
Pois do jeito que está,
Não dá pra continuar,
Será seu sepultamento.
Se não tiver providência
Aqui e em todo lugar,
Um gesto de inteligência
Para a situação se ajeitar,
Não demora muito não
Caminhoneiro da nação
Vai pagar pra trabalhar
Os caciques de Brasília
Nunca deram muita bola,
Foram tocando com a barriga
Pensando que a tudo enrola,
Bem sentados em suas salas
Esperando o dinheiro em malas
Pra sustentar a corriola.
É mais uma manifestação
Mas desta vez foi diferente,
Feita pelos caminhoneiros
Interferindo com a gente,
Invadiram nossas estradas
Nas rodovias não passa nada
Pedindo um país decente.
Do Oiapoque ao Chuí
As estradas bloqueadas,
O governo está perdido
Fica de boca fechada,
Já passou na Rede Globo
Se não apagar esse fogo
Vamos dar com os burros n’água.
Coitada da população
Que é quem sofre privações,
Fica naquele vai não vai
Num mar de complicações,
E o Zé sem atendimento
É feito de jegue ou jumento
E vive de lamentações.
A Palhoça foi pra rua
E também fez manifestação,
O palhocense aproveitou
Pra criticar a corrupção,
Que assola o Brasil
Mandou pra puta que pariu
A cambada de político ladrão.
Pode ser que dessa forma
Quando a gente for votar,
Votemos com consciência
Em quem vai nos governar,
Com ética e competência,
Com calma e sem violência
Para o Brasil melhorar.
O caminhoneiro já não aguenta
E reage com veemência,
Pôs o bloco na estrada
Mostrando sua coerência,
Defendendo seus direitos
Pela falta de respeito
Do governo à ganância.
Pela TV assistimos
A um show de pancadaria,
Falta vergonha na cara
Além do pão na padaria,
Pior é faltar remédio
E por seu intermédio
Muita dor nas enfermarias.
Muito tumulto nas estradas
Com a greve dos caminhoneiros,
Que gerou prejuízos
E apreensão ao país inteiro,
Pois tudo que pinta de novo
Pinta na bunda do povo
Quando o governo é trambiqueiro.
Os postos sem combustíveis
Se tiveres eu arremato,
O governo se compromete
Mas não assina contrato,
Concede o que não é seu
O caminhoneiro venceu
Mas o povo paga o pato.
Essa falta de combustíveis
Tem nos trazido desgostos,
Já sabemos o que vem dentro
Depois do que foi proposto,
Vai sobrar para o fiofó do povo
Pois o governo de novo
Mostra bem onde tem posto.
Publicado em 01/06/2018 - por Beltrano