Bullying, violência contra colegas ou profissionais da Educação, desafios digitais semelhantes ao "Baleia Azul", automutilação, suicídio, chacina, estão mais frequentes no noticiário...
A partir da Educação, pode-se contribuir para inibir ações que levam nossas crianças e adolescentes a atentar contra a própria vida. Vida esta que nunca foi fácil. Muitos jovens têm manifestado ansiedade, depressão e, em casos mais extremos, têm tentado automutilação e até o suicídio.
Porém, a questão central é identificar as causas dessas consequências tão graves. A resposta não é tão simples, mas a Educação pode - e deve - contribuir para que essas ações sejam impedidas.
Uma das causas, parece claro, é que ao longo da segunda metade do século passado, criaram-se hábitos fúteis, que acabaram por nos afastar da busca da verdadeira significação da vida, que implica em privações ou sacrifícios, por exemplo. As facilidades do dia a dia nos afastam das responsabilidades.
Em outras gerações, os filhos eram criados e educados para enfrentar algumas privações, com vistas à construção do futuro. Atualmente, não se percebe, entre os adolescentes (e em muitos adultos), a preocupação com o futuro e, principalmente, em como construí-lo!
A construção de um futuro melhor, com a família e a busca pela felicidade, envolve superação, algo difícil entre boa parte de nossos jovens, acostumados a serem superprotegidos, tanto pelos pais quanto pelo Estado. Em sua maioria, têm suas responsabilidades ou aborrecimentos suavizados, assim como aprendem (muitas vezes de forma equivocada) sobre seus direitos, mas não lembram de seus deveres, tornando seus umbigos o centro de universo, e que todos orbitam em torno de si!
Projetos nas escolas que envolvam o ensino e a prática de esportes, música e artes, por exemplo, deveriam fazer parte do currículo escolar. Todos são temas que requerem disciplina, socialização, trabalho em equipe e responsabilidade.
Família e Escola precisam andar de mãos dadas em busca de um ensino de melhor qualidade e de segurança para nosso filhos, dando-lhes sentido à vida, com valores morais e éticos.
A família está muito distante do dia a dia escolar, por isso torna-se real a frase que vemos em várias mídias sociais: "Enquanto a base familiar não souber dar amor e limites às crianças e adolescentes, o Estado e a Escola não conseguirão o milagre da transformação".
Lembremo-nos do artigo 205 da Constituição Federal, onde se afirma que: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".
Colaboremos, então!
Não apenas por uma questão legal, mas também, e principalmente, moral.
A família deve participar mais e de forma efetiva no cotidiano escolar. Cooperar com os conselhos escolares é um belo começo para entender o que se passa na Escola e o quão importante é para nossos filhos.
Publicado em 22/05/2019 - por Luiz Antonio Grocoski