Sobre as duas rodas da sua Honda CRF 150F, número 135, o piloto radicado em Palhoça Marco Caetano Linhares da Silveira, o Mascote, vem liderando a categoria Intermediária Força Livre Nacional da Copa Grande Floripa de Velocross. A quarta etapa foi realizada no último final de semana, no RM Adventure Park, em Lontras. E o próximo desafio será no Parque de Eventos Terra Nova, em Tijucas, nos dias 21 e 22 de julho.
Mascote é natural de Americana (SP), mas já mora na Pinheira há 17 anos, onde montou, com o pai, uma microempresa de segurança eletrônica. Mas o que ele gosta mesmo é de estar na pista. Começou “tarde”, aos 28 anos, em 2014. “Sempre gostei de moto, mas nunca tive condição quando eu era novo”, revela o piloto, hoje com 32 anos.
Nos primeiros anos de corrida, não chegava a pontuar no campeonato. “Corria só por tesão mesmo, de acelerar numa corrida”, recorda. Mas em 2017, a coisa ficou séria. Mascote resolveu participar da Copa Grande Floripa de Velocross. Foram seis etapas nas pistas da região, recheadas de bons resultados para o piloto de Palhoça, que terminou a temporada como vice-campeão na categoria Intermediária 230cc, pilotando uma “moto de rua” adaptada pra pista, e em terceiro lugar na categoria Street Livre.
Os resultados empolgaram, e este ano ele conseguiu comprar a CRF 150F, ano 2017. Nesses anos de pista, já teve quatro motocicletas: três nacionais e uma importada. Em 2018, a parceria com o mecânico e “irmão” Juninho (da Juninho Preparações, que dá nome à equipe de competição que Mascote representa) e o equipamento novo fizeram o piloto da Pinheira decolar nas pistas. Nas quatro etapas realizadas até aqui, faturou o título em duas provas: a abertura do campeonato e a terceira etapa, ambas disputadas no Motódromo Xavecos, em Tijucas, cidade onde ele costuma treinar, por isso, conhece bem as pistas locais. Só não teve melhor sorte na segunda etapa, também em Tijucas, no Parque de Eventos Terra Nova, por causa de um acidente que aconteceu bem na frente dele, ainda na primeira volta da bateria. “De último, fiz dez ultrapassagens, e ainda acabei em quinto lugar”, relembra.
Na última etapa da competição, em Lontras, no último sábado (7), conseguiu um terceiro lugar na categoria Street Livre – “Larguei em quarto lugar, consegui uma ultrapassagem e lutei muito pelo segundo lugar, mas a pista é muito técnica e o piloto da frente era cria do velocross desde criança, criando vantagens em algumas partes mais difíceis da pista”, detalha – e um oitavo lugar na Intermediária. “Na Intermediária foi triste, larguei em terceiro, vinha batalhando pra pegar os dois primeiros, mas a moto abriu uma falha devido à bateria, que deixou cair a carga demais. Terminei em oitavo, mas com a vantagem que eu tinha sobre o segundo colocado na pontuação geral do campeonato, ainda venho na liderança”, narra o piloto.
E se depender da intimidade com a pista, a liderança tem tudo para ser mantida na próxima etapa. “O palco da vez é a cidade de Tijucas, no motódromo Terra Nova, uma pista onde eu costumo treinar e que por isso vai ser mais favorável pra mim, se Deus quiser”, projeta. Com cinco etapas em disputa para o final da temporada, Mascote diz que está ansioso e otimista para a conquista do título na categoria Intermediária Força Livre (motos nacionais com cilindrada livre, privativa para pilotos intermediários, estreantes e novatos; ou seja, uma categoria em que não correm pilotos que já foram campeões). “Eu e meu mecânico Juninho viemos batalhando pra isso. Ele me patrocina com toda mão de obra de manutenção da motocicleta, além de me acompanhar e me apoiar em todas as corridas que eu vou. Este ano consegui alguns pequenos patrocinadores, que de qualquer forma vêm me ajudando”, comenta o competidor. “Tudo é caro e o retorno é só os troféus e pequenos prêmios. Mas o esporte vem crescendo muito e acredito que com isso possa melhorar a premiação. E vamos que vamos em busca do título de campeão, aí, quem sabe, conseguimos mais alguns patrocínios”, destaca.
Saiba mais
A modalidade
O velocross é uma modalidade com motos off-road, usadas também em cross country, enduro de regularidade e motocross
O velocross se diferencia do motocross porque a pista não possui saltos ou obstáculos; são pistas para alta velocidade, com traçados sinuosos e muitas curvas em um trajeto com cerca de 1km de extensão
A preparação das motos também é diferenciada, com o objetivo de garantir maior potência e aceleração; por isso, a velocidade atingida também é maior